POMBOS, uma ave que incomoda.
Os pombos, embora não pareça, trazem uma série de prejuízos para as cidades e doenças para seus habitantes. Suas fezes, muito ácidas, estragam monumentos de metal e bronze, causam apodrecimento de madeiras [...]
Consideradas aves símbolo da paz, atrativas na paisagem de muitas praças, são também potenciais transmissoras de perigosas doenças.
O pombo (Columba livia) é uma ave da família dos columbídeos, originário da Europa, está presente em todas as grandes cidades do mundo como Paris, Veneza, Nova Iorque, Rio de Janeiro, etc., com exceção das regiões polares. Desde 1960, um acentuado aumento da população de pombos vem sendo registrado nos grandes centros urbanos do Brasil, o que despertou as autoridades para questões sanitárias e de conservação do patrimônio.
Os pombos adaptaram-se muito bem à vida nas grandes cidades, onde encontram abrigo farto para procriar sem qualquer hostilidade. Os edifícios com suas fendas e espaços nas instalações de ar-condicionado proporcionam o lugar ideal, sem mencionar a imensa oferta de comida disponível num ambiente urbano, tanto pelo acúmulo de lixo, quanto por algumas pessoas que chegam a dar até 40 kg de milho por semana!
Os pombos que vemos nas praças e telhados de nossa cidade são de raças derivadas da espécie européia, introduzida no Brasil. Trata-se, portanto, de um animal exótico (não pertencente à fauna brasileira), que foi aqui introduzido e encontrou condições favoráveis para sobreviver. Aqui eles encontram comida, abrigo e têm poucos predadores. Com essas condições, a população de pombos na cidade do Rio de Janeiro chegou a cerca de 4 milhões e cresce cerca de 500 mil a cada ano.
Danos causados ao Homem
Os pombos, embora não pareça, trazem uma série de prejuízos para as cidades e doenças para seus habitantes. Suas fezes, muito ácidas, estragam monumentos de metal e bronze, causam apodrecimento de madeiras, descoloram pedras e danificam superfícies pintadas; suas penas entopem calhas e o som que emitem causa incômodo.
Dentro do enfoque ecológico, o excesso de pombos acabou por expulsar da cidade outras aves da fauna urbana. Comedores vorazes e compulsivos, os pombos consomem toda a comida disponível no ambiente, não dando chance às outras espécies de aves. Mas não podemos esquecer que existe uma série de doenças provocadas pelos dejetos e secreções dos pombos, que podem ser transmitidas pelo contato do homem com suas fezes secas e pela contaminação da água e dos alimentos. Podem causar ao homem doenças graves, capazes de levar o paciente até a morte, como:
1. Salmonelose: provocada por bactéria, gera febre súbita, dores de cabeça, abdominais e diarréia. Para os idosos o risco é maior.
2. Ornitose: propagada por bactéria, afeta o pulmão, causa secreção nos olhos, semelhante à conjuntivite, e problemas respiratórios.
3. Criptococose: transmitida por um fungo encontrado nos dejetos dos pombos, que se aloja no cérebro, pulmão, rins, fígado, ossos ou na pele do homem. É uma das doenças mais sérias, pois pode provocar a meningoencefalite, a qual pode levar o portador à morte.
4. Toxoplasmose: causada por um protozoário, afeta principalmente a visão.
5. Histoplasmose: ocasionada por fungo, afeta o pulmão.
Além disso, os pombos são responsáveis pela disseminação de piolhos.
Métodos de Prevenção
Existem várias medidas que podem ser tomadas. Evitar alimentar os pombos é o método mais recomendado para reduzir o número de filhotes nas ninhadas, proporcionando um decréscimo na população.
As marquises dos prédios e casas devem ficar sempre limpas, para impedir que os pombos façam ninhos nestes locais. Os ninhos podem atrair parasitas como os piolhos, e o acúmulo de fezes em volta destes ninhos é um bom estímulo para o crescimento dos fungos, bactérias e protozoários que transmitem as doenças. Os buracos de ar condicionado, que permitem a formação de ninhos, também devem ser tampados.
Como precaução é importante umedecer as fezes antes de removê-las e utilizar máscara ou pano úmido na boca e nariz para fazer a limpeza do local.
Proteger os alimentos de possível acesso das aves;
Algumas medidas podem servir como controle mecânico, como telas, preferencialmente metálicas nas aberturas, remoção de ninhos, mudança no ângulo de inclinação da superfície de pouso para 60º, fios de nylon em beirais servindo como barreira, bem esticados e presos nas pontas por pregos.
Não permitir que pombos comam sobras de ração de animais domésticos.
Métodos de Controle
A utilização de anticoncepcionais mostra-se ineficaz nas condições brasileiras, além de ter um alto custo, o que tem desestimulado o uso desses medicamentos, inclusive no exterior.
A localização dos ninhos e constante remoção dos ovos, podem ajudar na diminuição da população sem o inconveniente de se matar os adultos.
Geralmente, o controle da população de pombos é realizado com a eliminação dos adultos por diversos métodos (armas, venenos, armadilhas). Entretanto, pesquisas recentes têm demonstrado que esta eliminação tem apenas efeitos imediatos e demonstra-se ineficaz, pois os pombos tendem a compensar este decréscimo na população aumentando sua longevidade, taxa de reprodução e imigração. Segundo especialistas, a melhor maneira de se controlar os pombos é evitar o seu acesso a alimentos. Desta forma, um plano de manejo de pombos deve ser traçado e o apoio da população é necessário no sentido de não alimentar estas aves e manter os potenciais locais de fornecimento de comida inacessíveis a estas.
Alimentação
Alimentam-se preferencialmente de grãos e sementes, mas podem alimentar-se de restos de alimentos ou até mesmo lixo. Além disso, a alimentação ativa (fornecida por pessoas) em locais como praças, parques, residências, etc; acarreta considerável aumento dessa população.